sábado, 9 de abril de 2011

Trânsito - Pedestres



Caros internautas,


Estou de volta, e com muitas novidades... Estive fazendo uma pesquisa em Valência (Espanha) e trouxe algumas novidades do funcionamento daquela cidade. Hoje encerraremos o tópico trânsito, dedicando uma atenção especial aos pedestres e ciclistas.
Para a sua melhor compreensão, peço a você que está chegando agora no blog para ler os posts anteriores e se ambientar com a discussão, pois terei que voltar muitas vezes a assuntos já tocados. 


Infelizmente nosso trânsito ainda tem uma mentalidade de terceiro mundo, apesar de estarmos vivendo um "boom" de crescimento econômico. Talvez porque nossos administradores não estejam acompanhando esse "boom", muitas vezes alimentados por uma idéia discriminatória e provinciana. É notório o descaso com os principais meios de transporte público, aqueles mais propagados do outro lado do oceano, mais econômicos, menos poluentes e inclusive mais saudáveis para a população. Caminhar e andar de bicicleta são maneiras de se locomover tão comuns, mas tão não praticadas em nossa cidade (principalmente pelo cidadão médio comum, que também possui um carro na garagem). Não me refiro a passear a pé ou de bicicleta no fim de semana (isso graças a Deus ainda se faz), mas sim ir para o trabalho, estudo, etc...


Ambas as cidades que fotografei estimulam bastante essas duas formas de locomoção. De que maneira? Possuindo uma sinalização exemplar para os pedestres, semáforos em todos os lugares, faixas de trânsito e principalmente contam com o respeito dos motoristas.


Esta é Turim: 


Esta foto merece um breve comentário antes que vocês me questionem. Com certeza vocês me diriam: Ok, mas em Belém já temos faixa de pedestre obrigatória (na Av. Duque de Caxias). Pois é, mas tenho que lamentar novamente com vocês, como fiz nas outras vezes, porque sempre nosso prefeito, através da Ctbel, quer mostrar que somos civilizados mas faz da maneira errada. Nunca na Europa uma avenida como aquela teria aquelas faixas no centro, sem semáforo, pois as faixas de trânsito sem sinais são colocadas e ruas de dentro dos bairros, e não em uma via principal de escoamento do trânsito. Aquilo foi o cúmulo da falta de competência. A Duque também não deveria ter aquele limite de velocidade, deveria ser uma via do tipo expressa, de escoamento. Aqueles faixas de trânsito atraem acidentes porque a avenida possui três vias de carros, dificultando a frenagem sincronizada dos veículos. Para funcionar, deveriam ter pelo menos feito uma faixa central com um metrô de superfície, e duas faixas externas para automóveis... Dessa maneira poderiam ser colocadas faixas de pedestres sem sinais, pois a travessia seria mais curta. Mas esta opção seria uma tentativa de atender os anseios de classes que segundo nossa administração não merecem atenção, as classes mais pobres e os turistas. 





























Esta outra foto trás outra medida que parece um detalhe, mas é muito importante. Dentro dos bairros, além de não se utilizar os semáforos, sendo obrigatória a preferência de travessia as pedestres, em todas as esquinas a calçada é rebaixada, para atender cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, e até mesmo aqueles que tem que passar com seus carrinhos de compra (os sistemas de supermercados são espalhados e não concentrados, portanto ninguém vai fazer compras de carro e sim no mercado da esquina) ou malas, visto que é comum muitas pessoas passarem a semana na cidade e voltarem para seus interiores no fim de semana, então o fluxo de malas pela cidade em direção a estação ferroviária e rodoviária é alto.


Outra medida de urbanização muito explorada são as áreas para pedestres. São grandes espaços geralmente nos centros das cidades européias onde é proibido o trânsito de veículos. Seria muito interessante aplicar essa idéia em Belém e tornar todo o comércio uma grande área para pedestres, como já existem em algumas poucas ruas. Mas claro que sem vendedores ambulantes atrapalhando o fluxo de pedestres...










Para encerrar, uma foto feita em Valência (Espanha), que demonstra o que é uma sinalização bem feita para pedestres e ciclistas. Uma faixa vermelha na calçada delimita área do ciclista, que assim não sofre risco nenhum, e nem se arrisca de atropelar um pedestre. Até a faixa de trânsito possui um espaço para o ciclista e outro para o pedestre. Mais embaixo uma faixa de travessia pintada em branco e amarelo, onde passa o metrô de superfície, e o amarelo serve para identificar aquilo.

Como vocês veem, são medidas simples, principalmente as que se referem à sinalização. Porém é lamentável ver que a prefeitura gastou rios de dinheiros com obras que com certeza foram superfaturadas, para reformar pouco das calçadas da cidade e não ter feito um pouquinho de pesquisa para atentar para coisas simples, como a faixa para ciclistas, calçadas mais largas e espaçosas, declínio verdadeiramente adaptados para cadeirantes, para que eles não corram o risco de cair na vala. A prefeitura se limitou a colocar aquela faixa amarela para deficientes visuais, que no contexto mais geral não ajuda muito, pois os semáforos quase nunca possuem sinal sonoro, as valas são enormes, e os ônibus não param no lugar que deveriam para pegar o passageiro (deficiente visual).  Um outro problema que dificulta locomoção a pé é a segurança pública. Me questiono sempre o que faz a Guarda Municipal, além de tocar no desfile de 7 de setembro...

Um grande abraço, e aguardo os comentários...





Nenhum comentário:

Postar um comentário